Fibromialgia
Fibromialgia: dor generalizada não é psicológica
Dores generalizadas pelo corpo podem ser sinal de fibromialgia. Como a síndrome causa sensibilidade em tendões e músculos, muitos pacientes costumam confundi-la com algum problema reumatológico. Porém, a medicina atual trata esse distúrbio como caso para os neurologistas.
Causas e sintomas da fibromialgia
Esse transtorno se caracteriza por uma reação exagerada do cérebro a estímulos físicos. Quem tem fibromialgia possui muitos neurotransmissores de dor. O resultado é que mesmo as atividades mais banais podem se tornar cansativas e dolorosas.
A proporção de pessoas acometidas pela doença é de nove mulheres para cada homem. Estima-se que o motivo seja a serotonina. Essa substância, produzida em menor quantidade pelo sexo feminino, está ligada a funções fisiológicas importantes para o bem-estar, como ritmo cardíaco, sono e produção de hormônios.
É comum haver quem considere as dores frescura ou algo psicológico. Esse preconceito aumenta porque cerca de metade dos fibromiálgicos também apresenta depressão. Desanimados e desacreditados pelos amigos, eles se tornam reclusos, o que piora o quadro.
Sim, o desconforto é físico e real. Trata-se de um círculo vicioso. A indisposição leva a irritação e estresse, que atrapalham as relações sociais e causam afastamento. Com isso, agrava-se a tristeza e intensificam-se as dores, deixando o sujeito ainda mais indisposto.
Apesar dos avanços da ciência, ainda não se sabe exatamente o que causa esse desequilíbrio no corpo. Ele pode surgir após um trauma, físico ou psicológico, devido a uma infecção grave ou por razões genéticas. Entre os sintomas característicos, estão:
– Dor localizada que se espalha, tornando-se difusa e generalizada;
– Fadiga e indisposição mesmo em tarefas simples, como pentear os cabelos;
– Distúrbios do sono, como apneia e insônia;
– Enxaqueca e perda de concentração;
– Dificuldade para exercitar-se.
Diagnóstico e tratamento para fibromialgia
É possível detectar a fibromialgia com um exame de ressonância magnética. Outro protocolo utilizado pelos profissionais da saúde é um questionário para avaliar o impacto do cansaço no dia a dia. Numa escala de 0 a 10, o paciente relata o grau de desconforto que sente ao caminhar, cozinhar ou trocar a roupa de cama, por exemplo.
Não se trata de simples preguiça, mas de um esgotamento físico. Ainda assim, o indivíduo se acostuma à dor e consegue seguir sua rotina, embora com limitações.
A síndrome não tem cura, mas o tratamento ajuda a amenizá-la. A principal medida é praticar atividades físicas, mesmo que seja complicado sair do quarto e vestir a roupa de ginástica.
Os exercícios estimulam a produção de serotonina, ajudando a regular o sono. Também relaxam os músculos, o que diminui a tensão corporal, agravadora das dores.
Analgésicos e anti-inflamatórios não são suficientes para fibro miálgicos. Os medicamentos que funcionam são os classificados como antidepressivos ou neuromoduladores. Eles devem ser prescritos por um médico. O adoecimento mental tem tratamento e a ANS regulamenta que os planos de saúde tem cobertura de psicólogos.
A combinação de remédios e atividade física colabora para quebrar o círculo vicioso. Com mais disposição, o humor do paciente melhora. Ele se reaproxima do convívio social, evitando momentos depressivos e, por consequência, novas crises.
A fibromialgia não causa danos graves, como deformação ou paralisação de articulações e membros. No entanto, é preciso realizar o acompanhamento adequado para garantir mais qualidade de vida.